Dr. Welinton Andrade Silva
Quem acompanha a política na cidade sabe que, desde o início do atual governo, somos independentes e críticos com relação ao mesmo.
Discordamos sobre vários pontos e prioridades adotadas pela administração. Do fechamento do Hospital Ana Parteira, até a incompetência para tapar simples buracos de rua, passando pela insensibilidade de priorizar projetos e entidades sociais sérias, até contratação de Gafanhotos. Somos contrários.
Entretanto, não vou negar para ninguém que, no início, imaginei que o atual governo daria certo e enterraria antigos políticos da cidade. E o melhor, modificaria a forma imoral de se fazer política na cidade (é dando que se recebe) implantada na época que o ex-deputado Nelson Fernandes dava caminhões de brinquedos nos bairros pobres e favelas para se eleger vereador.
A atual prefeita tinha tudo para modificar essa infeliz realidade da política local. Aliás, ganhou a eleição prometendo “coragem para mudar”.
Entretanto, a prefeita mudou e, infelizmente, para pior. Hoje, além da forma de se fazer política não ter mudado em nada, a prefeita conseguiu paralisar a cidade. Não consegue, sequer, tocar obras que estavam em andamento.
Quando da pesquisa de outubro de 2009, do Jornal A Tribuna, que já apontava a forte rejeição da atual administração na casa dos 50% alertamos a prefeita para que tomasse medidas drásticas. Demos, à época, varas orientações que ouvimos nas ruas da cidade. A prefeita nada fez.
Continuou brincando de administrar enquanto a população sofre com o desemprego e a falta de estrutura básica nos serviços de saúde, transporte público, entre outros.
Veio, então, a segunda pesquisa de A Tribuna. Todos sabem, a prefeita veio com 70% de rejeição. Como diria o companheiro Lula “Nunca antes na história dessa cidade, um prefeito conseguiu tamanha rejeição no seu primeiro ano de governo”.
Estranhamos a prefeita, mesmo com 70% de rejeição, autorizar aumento nas tarifas dos ônibus para R$ 2,40. Isso mesmo, a prefeita autorizou o aumento depois da pesquisa divulgada.
A prefeita só pode estar de brincadeira com a população. Ter o pior governo da Baixada Santista não é o suficiente para ela e sua equipe? Expor toda uma população a gozação e humilhação por parte de outras cidades da região não é o suficiente?
A prefeita parecia ser uma pessoa de palavra, respeito e princípios. Entretanto, com a decisão de aumentar a passagem dos ônibus, é desrespeitar, gozar, dar de ombros para os que a elegeram. Agora, ela virou um político comum, igual aos outros, sem tirar nem por.
Durante a campanha, a prefeita prometeu que reduziria o valor da passagem. Ela deu a palavra e não cumpriu. Sendo que o serviço da Translitoral é cada vez pior para a população.
A pergunta que fica é: quais seriam os verdadeiros motivos de a prefeita ter mudado de idéia e aumentar a passagem, prejudicando toda a população da cidade? O poder econômico falou mais forte?
A resposta fica para a consciência da própria prefeita que, com o aumento, retira o dinheiro do pão da mesa dos pobres que votaram nela e o repassa para a mesa dos ricos donos da Viação Translitoral.
Após esse aumento, realmente, a prefeita passou a ser igual a um político qualquer.
*O advogado Welinton Andrade Silva é coordenador do PSDC na Macro Região da Baixada Santista, membro titular dos diretórios estadual e nacional do partido e ex-secretário da Cultura
welintonandrade@hotmail.com