*Dr. Welinton Andrade Silva
Antes de iniciar nossa crônica de hoje, quero agradecer aos vários e-mails que nos enviam cumprimentando-nos pela posição independente e crítica que adotamos em nossas crônicas e mesmo em nosso programa na TV Guarujá. É claro que também existe uma minoria que não concorda com nossas colocações e gostariam de censurar a imprensa mas, felizmente, não conseguem.
Desde o início, nosso partido, o PSDC, se posicionou independente e crítico com relação à atual administração.
Partido e vereador têm caminhado juntos nesse sentido visando, sempre, o que é melhor para o comércio e o cidadão que mora em Guarujá e VC.
Não nos importou se durante quase um ano e meio estivéssemos quase sozinhos na cruzada de apontar erros, falhas e fazer críticas construtivas ao atual governo, votando contra descalabros enviados para a Câmara e criticando abertamente na imprensa.
O PSDC é oposição ou situação? Essa questão é a que mais ouço nas ruas da cidade. Entretanto, não somos nem uma coisa, nem outra: somos independentes e apoiamos e votamos o que seja melhor para a cidade.
Foi essa independência que possibilitou o partido votar pela abertura de dois pedidos comissão processante contra a prefeita.
É essa independência que credencia nosso partido e o vereador Valter Suman a denunciar as mazelas da saúde em nossa cidade, que está “matando” mesmo que indiretamente, além de seres humanos, o maior patrimônio que possuímos: o Hospital Santo Amaro.
De qualquer forma, nossa luta, apesar de quase solitária enquanto partido independente, não foi em vão. Finalmente, o PDT conseguiu enxergar o que nosso partido já via desde o início da atual administração: desorganização, falta de compromisso com a cidade, incompetência, prepotência e arrogância.
Com o novo posicionamento do PDT de Guarujá, que se declarou oposição, o quadro político na Câmara sofre sensível alteração: de dois vereadores (Suman e Romazzini) passa a ter seis (Benzi, Nicolacci, Nego Valter e Arnaldo).
Neste sábado, o PT, que também já se declarou oposição em março passado deve cobrar fidelidade dos vereadores Romazzini e Nelsomar. Este último vota quase sempre com a prefeita.
No encontro, o PT também discutirá a possibilidade de o próprio partido promover ações contra a atual administração, inclusive pedido de abertura de comissão processante.
Em o PT conseguindo “enquadrar” seus vereadores na atual legislação de fidelidade partidária, teoricamente, os votos contrários à prefeita somariam oito.
Somando-se aos oito vereadores, pode vir também o PV, do vereador Addis Filho, que foi secretário do governo passado.
O PP, de Doidão, com os vereadores Sato e Jaiminho; o PRB, do pastor Luiz e o Dem, de Jesus, apesar de terem apoiado candidatura derrotada na eleição passada, apóiam a prefeita Antonieta.
Entretanto, além de cargos e favores políticos, ou mesmo uma proposta decente de administrar a cidade, a prefeita pode desmanchar as ambições da oposição oferecendo abrigo no PPL para os vereadores insatisfeitos com seus partidos.
A opção PPL, no entanto, é limitada. Afinal, após filiar dois vereadores, dificilmente outros se arriscariam migrar para o partido, mesmo com a possibilidade de, antes da eleição, migrar novamente para outra agremiação.
Na próxima eleição, teremos menos candidatos laranja. Os partidos fecharão questão em grupos sem vereador ou não permitirão a presença de mais de um vereador com mandato, o que complicará a vida dos vereadores que migrarem para o PPL.
Apesar de parecer simples aritmética política é muito mais complicada do que parece. Porém, é visível e inegável que o cerco está se fechando contra a atual administração na Câmara de Guarujá.
*O advogado Welinton Andrade Silva é presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB, coordenador do PSDC na Macro Região da Baixada Santista, membro titular dos diretórios estadual e nacional do partido e ex-secretário da Cultura
welintonandrade@hotmail.com –