*Dr. Welinton Andrade Silva
Desde o início, o atual governo de Guarujá não agrada a população e empresários da cidade.
Começou desprezando os aliados de primeira hora. Aqueles que, quando ninguém acreditava, jogaram suas fichas e vestiram a camisa da então candidata Antonieta de Brito, do PMDB.
Ao invés de prestigiar os que a apoiaram e que tinham plenas condições técnicas de assumirem cargos importantes da PMG, a prefeita enveredou pelo caminho de dar cargos com altos salários para gente de São Paulo e até mesmo do interior do estado, os chamados “Gafanhotos”.
Após vencer a eleição a prefeita mudou. E não foi só de postura ética, foi de endereço e dizem até de cidade.
A professora idealista e vereadora combativa, então no PT, que sempre cobrava “transparência” do falecido prefeito Maurici Mariano, transformou-se numa espécie de rainha, imperadora ou ditadora, com direito a Decreto censurando jornais e revistas nos próprios municipais.
O governo da prefeita Antonieta colocou a cidade de Guarujá como a pior da Baixada Santista, segundo pesquisa do Grupo A Tribuna. Somos os “melhores” nas piores coisas: dengue, viroses...
Não é para menos. A atual administração já gastou cerca de 1,5 bilhões só do orçamento de Guarujá em dois anos. Sem contar verbas que vieram do governo federal (União) e estadual.
E o que a cidade viu de novo com tanto dinheiro já gasto? Construiu alguma escola? Limpou os bueiros para evitar alagamentos nos bairros? Cuidou da zeladoria da cidade? Não.
Nesses dois anos, só a secretária de Educação de Guarujá, Priscila Bonini, teve um orçamento de R$ 370 milhões. Não construiu nenhuma escola.
Em outros setores, a Prefeitura possui, além do milionário contrato com o lixo (Terracom), um contrato de R$ 825 mil por mês (não é por ano) para aluguel de motos e carros leves (tipo Gol), entre outros milionários contratos da Saúde e Educação. São absurdos para os quais não podemos nos calar.
Portanto, não é à toa que a cidade está quebrada, sem dinheiro para fazer obras que a população precisa. Na verdade, nosso orçamento, agora mais de 800 milhões por ano, é grande. Equivale a R$ 2,75 per capita. Ou seja, quase três reais por morador.
Para o leitor ter idéia, em algumas cidades, nos seus orçamentos, essa conta é de um para um ou de R$ 1,50 por cada habitante e cresceram mais do que Guarujá nos últimos anos.
Dessa forma, nem precisa ser advogado, polícial civil ou federal, promotor ou membro do Tribunal de Contas, para constatar os fortes indícios de que “há algo de podre no governo do Guarujá”, e não é de hoje.
O que precisa é a população ter esse tipo de parâmetro para poder avaliar se um governo é ou não sério.
Agora, a prefeita alardeia aos quatro cantos que Guarujá receberá mais de R$ 300 milhões do governo federal destinado para obras. Ótimo. Torço que isso realmente aconteça.
Entretanto, é preciso que o gasto desse dinheiro seja transparente e realmente atenda as necessidades do cidadão.
O que não pode é a prefeita pegar essa dinheirama toda e “dar” para apenas uma ou duas empreiteiras que hoje “vencem” quase todas as licitações.
Aliás, cabe a pergunta: qual seria o motivo de apenas uma ou duas empreiteiras ganharem as maiores licitações na cidade? E a Câmara de Guarujá concorda com tudo isso, sem questionar?
Agora a população deve aguardar mais escândalos sobre o “Projeto Verão” de Guarujá que praticamente “deu” espaço de publicidade da praia e será alvo de Ação Popular na Justiça.
*O advogado Welinton Andrade Silva é presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB, coordenador do PSDC na Macro Região da Baixada Santista, membro titular dos diretórios estadual e nacional do partido e ex-secretário da Cultura
welintonandrade@hotmail.com –