Merenda Escolar: Presença de
educadores no depoimento da secretária Priscila, um tiro pela culatra
*Dr.
Welinton Andrade Silva
No dia 14 de
maio, a presidente do Conselho de Alimentação Escolar (CAE), professora Elizabeth
Barbosa, fez sérias denúncias contra a secretaria da Educação, da Prefeitura de
Guarujá.
As denúncias
foram feitas em sessão pública na Câmara Municipal para vereadores da CFC –
Comissão de Fiscalização e Controle, que é presidida pelo vereador Edilson
Dias, tendo como relator o vereador Luciano China e membros os vereadores
Gilberto Benzi, Givaldo do Açougue e Mário Lúcio.
Os
principais pontos da denúncia são relativos a peso e qualidade da merenda
escolar (carne) servida para as crianças das creches e escolas públicas.
Em maio, a
CFC marcou para o último dia 18 de junho a presença, a convite, da secretária
de Educação Priscilla Bonini, para ser ouvida na Câmara Municipal sobre as
denúncias.
No mesmo dia
que a secretária foi ouvida, os vereadores Edilson Dias e Luciano China
registraram boletim de ocorrência para apuração de possíveis irregularidades
com o fornecimento de carne: divergência de peso e qualidade do produto.
A quarta
feira para a secretária Priscila não foi fácil. E ela ajudou a complicar,
conforme afirmou o presidente da CFC Edilson Dias, “A secretária trouxe torcida
organizada”. O vereador se referia aos
mais de cem gestores da Educação da PMG que quase lotaram a galeria da Câmara.
O que seria uma prestação de esclarecimento com
a presença somente da imprensa, vereadores,
alguns técnicos da Educação da PMG e um público minguado, como quase
sempre ocorre na Câmara, tornou-se um acontecimento.
Sem a
presença dos funcionários da Educação, o depoimento, como foi o do Caso Matisse,
quando da presença do vice-prefeito Duino Verry para prestar esclarecimentos.
Compareceram os convidados, o Vice, os vereadores da CFC e dois ou três gatos
pingados na galeria. A repercussão foi mínima. O Caso Matisse envolve possíveis
irregularidades na construção de três escolas.
Além da
presença dos funcionários da educação, as denúncias da merenda escolar tomam
projeção enorme junto a toda a população, visto que pode prejudicar cerca de 70
mil alunos do Estado e Município.
Muitos
imaginam que a Câmara Municipal está “brincando ou se valorizando” com o
escândalo das denúncias da merenda escolar. Estão enganados.
Se não der
em nada, só o fato de os depoimentos serem públicos, já causam de
alguma forma, constrangimentos nos secretários e técnicos que vão prestar
declarações. Só isso bastaria. Mas virá, ao final, o relatório oficial da
Comissão, que será apresentado ao plenário, com a possibilidade do envio de todo o material
para o MP.
Em suas
declarações, a secretária Priscilla negou as acusações e disse que irá apurar
todas.
Para
completar a quarta feira negra da secretária Priscila, à tarde, o munícipe
Ricardo Antônio Barros fez denúncias, também contra a Educação, no Ministério
Público.
Parece que o
povo, finalmente, está cansando de pão e circo. Agora quer também carne de qualidade e nas quantidades pagas pelos
impostos. Aguardemos.