EM ANO DE COPA DO MUNDO, ARTICULAÇÕES POLÍTICAS PARA DEPUTADO EM GUARUJÁ ESTÃO NO 3-5-2

Dr. Welinton Andrade Silva

Até o momento, as articulações políticas das candidaturas à deputado estadual e federal no Guarujá estão no esquema 3.5.2 que, no futebol, significa dizer uma opção por um jogo reforçado no meio do campo. Uma espécie de prevenção para a surpresa de um eventual contra-ataque.
A cada dia surgem novas notícias sobre pré-candidaturas. A do vereador Gilberto Benzi, por exemplo, parece que foi mesmo para o espaço.
Benzi seria candidato a federal pelo PDT, que optou em oferecer a legenda do vereador ao ex-prefeito Farid Madi, principal cacique do partido no Litoral.
O ex-prefeito, na retranca, ainda não declarou abertamente sua pré-candidatura, entretanto, já pede votos para ele, federal, e a esposa Haifa Madi, estadual.
Também no meio de campo está jogando o presidente do PPS, empresário Fábio Gaze. Com legenda garantida pelo PPS, Gaze tem sido pressionado por aliados e lideranças comunitárias para ser candidato a deputado.
Entretanto, Gaze analisa o cenário político e espera o melhor momento para lançar sua candidatura com pompa e circunstância (federal ou estadual?).
Se Gaze e Madi ainda não declararam abertamente, um pré-candidato que não tem dúvida alguma e anuncia aos quatro cantos da cidade e do Litoral que é sim pré-candidato a federal é o advogado Sidnei Aranha.
A exemplo de Fábio e Farid, Aranha também tem garantida sua legenda pelo PV.
Para estadual, Nelson Fernandes, do PSC, anda sumido da cidade, mas nos informou que será candidato. Já o vereador Romazini, do PT, apesar de ter legenda, não terá o apoio nem do próprio partido. É que o PT de Guarujá fechou questão em apoiar o deputado federal Gilmar Tatto e o estadual Fausto Figueira.
Pelo que se fala, pesou para o PT de Guarujá não apoiar a candidatura do vereador, o fato de Romazini, recentemente, ter votado a favor da prefeita, contra um pedido de cassação de Antonieta, que envolvia um contrato milionário com a Terracom.
Ainda para estadual, teremos a tentativa de reeleição da deputada Haifa Madi, do PDT; a crescente campanha da vice prefeita Regina Mariano, do PMDB, e a até agora tímida candidatura de Nagoya, pelo PV.
São esses os principais atores das próximas eleições. E se todas essas candidaturas forem confirmadas, dificilmente Guarujá elegerá deputado estadual ou federal.
É bem verdade que temos mais de 200 mil eleitores. Entretanto, numa eleição estadualizada, candidatos de outras regiões virão, como sempre, buscar o seu quinhão de votos no Guarujá e Litoral.
Um exemplo disso é a decisão do PT em apoiar Gilmar Tatto, que não é nem de Guarujá nem do Litoral. Por aí, o morador do Guarujá e Litoral podem ter uma idéia da pulverização de votos que acontecerá.
A grande verdade é que o quadro exposto acima se deve muito ao sistema eleitoral proporcional adotado no Brasil, que prevê que os candidatos possam buscar votos em todos os municípios do Estado.
A solução passa pela implantação do Voto Distrital Misto, onde a Região Metropolitana da Baixada Santista teria representatividade garantida na Assembléia e Câmara Federal.
Mas esse é outro tema, que merecerá atenção em outra oportunidade.

*O advogado Welinton Andrade Silva é presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB, coordenador do PSDC na Macro Região da Baixada Santista, membro titular dos diretórios estadual e nacional do partido e ex-secretário da Cultura
welintonandrade@hotmail.com –