quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Guarujá e Vicente de Carvalho precisam de um novo modelo de gestão

Dr. Welinton Andrade Silva

Passei minha infância e adolescência em Vicente de Carvalho. Mais especificamente, na região da Prainha, próxima ao antigo 4º Grupo – hoje, Filomena Cardoso de Oliveira, onde cursei primário e ginásio.
Aos 19 anos, em 1984, minha família e eu mudamos do Itapema, para o Centro de Guarujá.
Tenho vagas recordações das gestões dos prefeitos Raphael Vitielo e Jayme Daige. De Domingos de Souza, pouco sei. Eram outras épocas, onde a política parecia ser tratada de outra forma.
Depois veio a era do falecido ex-prefeito Maurici Mariano, Waldir Tamburus, Ruy Gonzalez, Farid Madi e, agora, Antonieta de Brito.
Do primeiro mandato de Maurici até a atual administração. Todas adotaram um mesmo modelo de gestão: centralização total do poder.
Foi assim com Maurici, que tinha João Mariano e a filha Angélica; Waldir Tamburus, com o irmão Wanderley e João Mariano; Ruy Gonzalez fez um governo à parte, onde não ficava claro quem mandava no que; Farid Madi exerceu seus quatro anos de mandato tendo, no início do governo, Carlinhos de Souza como o todo poderoso. Depois, chutou o amigo e deu todo o poder para a secretária Lilian Veltman e ao próprio irmão Issam Madi. Uma parte do poder político passou pelas mãos do vereador, então secretário de governo, Addis Filho.
Na administração Antonieta de Brito, temos um governo inteiro totalmente centralizado nas mãos de Ricardo Joaquim.
Todos os prefeitos delegaram o poder para poucos secretários. Entretanto, o governo Farid Madi e o atual foram os mais centralizadores da história da cidade. Mantiveram a linha dura do núcleo de governo que mandava em tudo. Da licença do ambulante, à autorização de eventos nas praias e praças da cidade, passando pela aprovação de grandes projetos.
O PSDC é contra esse modelo de gestão. Defendemos uma futura administração da cidade descentralizada, oferecendo condições de os secretários das pastas decidirem a melhor forma de aplicação dos próprios recursos, sem tanta interferência política do gabinete ou governo, Isso, visando melhorar a cidade em todos os setores.
O modelo atual e antigo, da era Maurici para cá, notadamente, fracassou. A cidade andou para traz e nós cidadãos precisamos acordar e analisar o retrocesso do nosso município de forma comparativa com outras cidades do Litoral.
O hoje deputado federal Márcio França, pegou uma São Vicente acabada (“terra de índios” lembram?). Montou um grupo político, dividiu o poder e as responsabilidades, foi reeleito e a cidade experimentou um bom desenvolvimento, elegendo Tércio Garcia, que se reelegeu.
O ex-prefeito Alberto Mourão também assumiu Praia Grande com a cidade jogada no lixo. Dividiu o governo e as responsabilidades. Mourão se elegeu, reelegeu, elegeu Ricardo Yamauti e agora Roberto Francisco.
Já o deputado federal Beto Mansur, assumiu Santos num patamar melhor que São Vicente e Praia Grande, entretanto, nos seus oito anos de governo e nos 6 anos do sucessor que elegeu, Papa, o vizinho município deu um salto em estrutura de serviços públicos e qualidade de vida.
Ressalte-se que São Vicente e Praia Grande possuíam orçamentos bem menores que o de Guarujá e cresceram mais.
Dessa forma, a equação em nosso município não fecha. Se arrecadamos mais, por quê crescemos menos? Para onde vai o dinheiro? São cerca de R$ 750 milhões por ano. Só para a Educação são R$ 150 milhões.
O PSDC defende para o desenvolvimento da nossa Ilha, uma gestão partilhada e transparente, onde o grupo político vencedor nomeie para cargos públicos pessoas honestas e qualificadas, de preferência, moradores de Guarujá e Região.
Com honestidade e propostas sérias de governo é possível sim que nossa cidade experimente um desenvolvimento sustentável integrando as atividades portuárias e turísticas, gerando emprego e melhorando a qualidade de vida para a população, principalmente, nas áreas da Saúde, Segurança e Educação.
Até quando vamos engolir mansamente o atual modelo de gestão político-administrativa que mantém nossa cidade estagnada, condenada ao declínio?

*O advogado Welinton Andrade Silva é presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB, coordenador do PSDC na Macro Região da Baixada Santista, membro titular dos diretórios estadual e nacional do partido e ex-secretário da Cultura
welintonandrade@hotmail.com –