BASTIDOR POLÍTICO
LITORAL
Welinton Andrade Silva –
jornalista
Coisa estranha
O
ex-prefeito João Paulo Papa pertence ao PSDB, não conseguiu eleger seu pupilo
Sérgio Aquino e conseguiu uma boquinha de diretor da Sabesp, empresa controlada pelo governo dos Tucanos.
Em Brasília, PMDB e PSDB são oponentes. Um está com Dilma, o outro estará com
Aécio no ano que vem.
Um pé em cada canoa
Pelo visto o
ex-prefeito Papa colocou um pé em cada canoa. Dessa forma, não corre o risco de
perder a eleição (novamente) no ano que vem, pois as pesquisas até o momento,
apontam que dará PT ou PSDB. Claro que
ainda é cedo para esse tipo de avaliação. Mas no Café Carioca e adjacências, o
assunto tem causado estranheza nos frequentadores, e nos eleitores também.
Histórico de Papa
Antes de ser
prefeito, Papa chefiou o Departamento Municipal
de Trânsito de Santos e a Secretaria de Estado dos Transportes, e ocupou o
cargo de superintendente regional da SABESP na Baixada Santista.
Foi vice de Beto Mansur
Entre 1997 e
2004 foi o vice-prefeito de Santos, quando o prefeito foi o atual deputado
federal Beto Mansur, do PP. Papa também foi
secretário municipal de Meio Ambiente e de Planejamento e presidente da
CET-Santos. Assumiu a prefeitura em janeiro de 2005 e foi reeleito para o
cargo.
Criatura e criador
Na eleição
do ano passado, apesar do deputado federal Beto Mansur (criador) ter sido
candidato a prefeito (e ter apoiado a
eleição de Papa (criatura), então seu vice), Papa não apoiou Mansur, preferindo
Sérgio Aquino.
Trairagem ou ingratidão
Nos
bastidores políticos, quando Papa não apoiou Mansur no ano passado, analistas
políticos decretaram, mesmo antes da eleição, a derrota de Aquino, não por ele,
mas sim pela postura de Papa que, nitidamente teria sido ingrato com Beto
Mansur.
Futuro
Agora, sem
mandato e com o assédio da administração do prefeito Paulo Alexandre aos seus
principais assessores, está na berlinda. Se for candidato a Federal ou estadual,
não deve contar com o apoio de Barbosa, que hoje, está “redondinho” com Mansur.
Não cumpridor de acordos
Quando
exerceu seus dois mandatos, Papa, nos meios políticos, ficou conhecido por não
cumprir acordos e, no ano que vem, pode sentir o peso do efeito da lei de
Newton: “Ação e Reação”.
Poucos votos
Quanto ao
deputado Mansur, foi eleito com poucos votos, no vácuo de Paulo Maluf, o cavalo
puxador de votos do PP. Mas se articulou bem. Tem usado com inteligência a
influência que possui no Ministério das Cidades, conseguindo verbas para as
cidades da Baixada Santista, em especial São Vicente, onde “bancou” a campanha
do prefeito Billi, que era afilhado do também deputado Márcio França e acabou
derrotando o filho do deputado nas urnas.
Efeito Papa para 2014
Em Guarujá,
a prefeita Antonieta de Brito, do PMDB, deu emprego ao irmão do prefeito Papa.
Mas não parece querer o mesmo destino do companheiro de partido santista.
Analisa, com cautela, a possibilidade de ser candidata a deputada federal, ou
estadual, já no ano que vem.
Motivos
Se cumprir
os quatro anos de mandato e não conseguir eleger o sucessor, Antonieta sabe que
dificilmente conseguirá sucesso numa empreitada para a Assembleia Legislativa
ou Câmara dos Deputados. O que é a atual situação de Papa.
Duíno assume?
Caso a
articulação se concretize, Antonieta deixará de cumprir praticamente metade do segundo
mandato, pois terá que renunciar, abrindo a vaga de prefeito para o vice Duino
Verry Fernandes, atual todo poderoso do governo Antonieta.
Se não assumir
Mesmo que a
prefeita Antonieta não renuncie e não seja candidata a deputada, o vice Duíno
não parece disposto a apostar nas eleições do ano que vem. Teme não ser bem
votado e ficar enfraquecido para a sucessão de Antonieta que, teoricamente, o
apoiará nas eleições de 2016.
Ainda no Guarujá
Amiga
pessoal da prefeita Antonieta, a secretária da Cultura de Guarujá, Mariângela
Duarte, também pode ser candidata a deputada, numa eventual dobradinha com
Antonieta. Essa articulação não tem agradado ao presidente da Câmara, vereador
Marcelo Squassoni, do PRB. Squassoni articula timidamente.
Primeiro os inimigos
O presidente Squassoni ainda não tem tempo de
dar atenção para os amigos. Está priorizando inimigos primeiro, o que pode ser
um erro estratégico. O resultado desse tipo de estratégia, que dispensa amigos,
e privilegia inimigos, costuma resultar em derrota nas urnas. Jovem e
inexperiente, o presidente pode estar sendo mal orientado.
Sadao Nakai
Ainda em
Santos, o presidente da Câmara, Sadao Nakai, do PSDB, vereador mais votado nas
últimas eleições, nega. Mas tem sido cobrado sim, por
amigos, para ser candidato a deputado no ano que vem.
O prefeito Barbosa apoia
Sadao, além
da expressiva votação, tem a seu favor, o fato de pertencer ao mesmo partido do
prefeito Paulo Alexandre Barbosa, o PSDB. Possui, portanto, legitimidade de
postulação para a disputa parlamentar do ano que vem.
Em são Vicente
O prefeito
Luiz Claudio Billi, do PP, deve retribuir e ser grato ao deputado Beto Mansur,
também do PP. Foi Mansur quem bancou politicamente e partidariamente a
candidatura de Billi.
Nuvens no céu
No momento,
as nuvens em são Vicente apontam para o lançamento de quase uma dezena de
candidatos a deputado federal, caso o deputado Márcio França, do PSB, tente a
reeleição. Billi deve jogar a maior parte das suas fichas em Mansur para a Câmara Federal e no deputado estadual Luciano Batista para
a Assembleia. Outros nomes serão lançados apenas para tirar votos de França.
Em Cubatão
Com tantos
problemas (chuvas, desabrigados, problemas na saúde...) a prefeita Márcia Rosa,
do PT, ainda não teve nem tempo de pensar nas eleições do ano que vem.
Entretanto, a oposição tem aproveitado a fragilidade de Márcia Rosa e deve
lançar candidaturas visando o enfraquecimento da atual administração.
Em Praia Grande
Engana-se
quem imagina que o sempre bem votado Alexandre Cunha, do PT, esteja fora do
páreo. Já perdeu várias eleições, mas sempre foi bem votado e é querido pela
população pela simplicidade. Cunha, entretanto, conta mesmo é com os problemas
judiciais (denúncias) que pesam contra o atual prefeito Alberto Mourão, do
PSDB.